“Se escutar Pitty é sinônimo de bom gosto, então definitivamente nós estamos fudidos!”
Ernest Hemingway, do além-túmulo.
O VMB (Visível Merda Brasileira) é um prêmio-festa-freakshow-TV Fama que estimula o pior que a cultura brasileira tem de pior (muito além da redundância) na mente das pobres almas ignorantes que são nada mais nada menos (“e a vírgula?”, questiona Professor Pasquale) que o desventurado e raquítico (na verdade a maioria deles está até bem acima do peso, mas me refiro aos anoréxicos de intelecto, embora não aprecie 100% esta palavra) tropel adolescente que, infelizmente, se afunda cada dia mais nessa merda movediça desconhecida mundialmente (acorda, Cansei De Ser Sexy, nisso, só nisso, concordo com o Álvaro Pereba Júnior da Sandy de Moicano) como mundinho pop/fashion/alternativo/risível/irritante/cancerígeno tupiniquim.
(Se te irrita as minhas “digressões”... dez segundos para consultar o dicionário. Cinco, quatro, três, dois, um, zero. Se te irrita os meus desvios, minhas divagações, minhas constantes tentativas de desviá-lo do assunto, o meu abandono do dever de guiá-lo pelo caminho mais seguro – então, aprendeu? -, vai ler o diário de confissões cor de rosa-choque da Mari Moon ou a profunda mensagem subliminar demoníaca encontrada nas letras da assopradora de cata-vento e unabomber de bolinhas de sabão, Malu Magalhães.)
A Mtivi ou Mtêve surgiu no Brasil em 1990. Nasceu nos Estados Unidos no começo da década de 80, e, quando aportou aqui (com uma bicuda bem no meio da bola esquerda do meu saco dado pela Marina Lima), já era bastante criticada lá fora pelos “artistas” (nem todos eram, mas criticavam, critique você também) devido ao desserviço que prestava à música – leia-se Snap, que hoje é cult; Milli Vanilli, dupla de não-cantores que se viu livre desde o começo do pior falso elogio perpetrado pelos onanistas ambidestros musicais, ou seja, de banda honesta!; Poison, banda de idéia deveras contrária ao Poison Idea; Extreme, extremamente gay; Right Said Fred, o do “I’m Too Sex’y”, o grupo mais macho entre os skinheads; Madonna, menina que amarfanhou o vestido de noiva um século depois de Madame Bovary amarfanhar o seu vestido de uma forma que podemos classificar de quase ostensiva ao descer da carruagem após entrar para o clube das danadinhas; menina (ainda Madonna) que beijou o Santo Antônio milhares de anos depois de Édipo comer a própria mãe; menina (a mulher do Guy Richie) que gravou um disco gemendo, fingindo orgasmo, embalada por uma batida tão envolvente quanto o melhor sucesso das sensoriais canções de elevador, pelo menos vinte anos depois de Serge Gainsbourg e a deliciosa Jane Birkin gravarem Je Taime; menina (a de Procura-se Susan Desesperadamente, rsrsrsrsr) que fez os nossos hermanos vomitarem ao interpretar Evita Perón, e que depois os quase obrigou a cometerem suicídio coletivo ao cantar a Celinedionesca “Don’t Cry For Me Argentina”, e que com toda a certeza os deve ter enchido de um gigantesco orgulho ao cantá-la na língua mãe dos seus piores inimigos históricos: os ingleses; menina (a Cindy Lauper é a outra) que depois de mostrar a língua para as estáticas santidades religiosas (de modo muito mais suave que Sinead O’ Connor, que rasgou a foto do Papa no programa Saturday Night Live, atitude bastante compreensível vinda de uma pessoa que foi estuprada pela própria mãe na infância), resolveu abarcar a Cabala com todo o amor (lembrem-se, esta frase virará uma camiseta, Tim$$$ Tim$$$, assim espero, que “Toda religião é uma forma de preconceito”); garota (continuo na vaca) materialista que em matéria de recepção de semens de porcos engravatados (Motolla’s, Geffen’s) e cúmplices (Timbaland, Justin Timberlake, Pharrel Williams, Orbit, outros produtores altruístas que compõe tudo mas se abstém de colocar os nomes nos créditos, fãs estúpidos, v j’s estúpidos, jabás espúrios, excelentes dançarinos) que ao longo dos anos moldaram (e ainda moldam) o (dela) talento da mulher considerada arauto da cultura PO(dre ou bre)P que, depois de tanta rôla e falsa subversão, lança livros infantis e adota crianças africanas/asiáticas mais de meio século depois de Gandhi transformar uma nação com inteligência, jejum, paz, sacrifício, falta de roupa, de paparazzis, de dinheiro, de sexo e nem por isso ficar se gabando ($$$$$$$$$$) por ter feito o bem!
O modelo de confronto que vem julgando à exaustão as qualidades de uma manifestação artística para todo o sempre é a tão controversa “guerra das gerações”. E jamais pude intuir que em determinado momento da minha existência eu seria tão parecido com a geração que me precedeu ao que se refere à observação desgostosa que venho dirigindo sem escrúpulos à presente defasagem criativa divulgada 23 horas e 45 segundos por dia pela MTV Brasil.
A própria Music Television Brazillis está bem conformada (confortável?) em seus aposentos de cabelos coloridos e adereços vintage (o vintage é o novo, apesar de ser velho, moderno – alguma similaridade com os novos rock hypers?) a ser um mero reflexo (o principal palanque para falsos pastores) de toda podridão insossa que é a nossa cultura “jovem” brasileira. Evidente que seria irresponsabilidade somente culpar a MTV por todo o mal do mundo, porém, cá entre nós, qualquer cidadão (com o mínimo de vergonha na cara e resistência na dificultosa crença do amor ao próximo que sofre com a incapacidade do próximo) filho desse território verde/amarelo que rebola sem nenhum motivo pertinente se tornaria/tornou colérico ao ouvir/ver a porra de um VJ batizado Rafa – uma figura lânguida, disforme, incoerente, destituída de qualquer propriedade confiável – a me dizer o que devo ou não escutar nos “meus” fones de ouvido! Antes tínhamos Fábio Massari, Lado B todos os domingos, entrevistas e performances de Rocket From The Crypt, Superchunk, Seaweed, Lou Reed, Pavement, Man Or Astro Man, Atari Teenage Riot, Bob Mould, Henry Rollins e Beastie Boys (para não ser injusto, devo ressaltar que o próprio Rafa já entrevistou os Beastie Boys em Nova Iorque em ocasião do lançamento do Cd To The Five Boroughs. O tino musical do cara é tão eficaz que ele presenteou o trio nova iorquino com um vinil do... Legião Urbana! Qual faculdade mental tem esse rapaz para supor que os Beastie Boys iriam apreciar o som da banda capitaneada pelo compositor de Eduardo e Mônica?); MTV Rap, Amp, cobertura maciça dos festivais alternativos nacionais e dos grandes festivais internacionais, Gastão e o Fúria Metal; Cazé e o Teleguiado; e muitos outros fatores que concederam à MTV à época o título de emissora inovadora, não só pelo modo como mostrava o que estava sendo realizado no país e no exterior em matéria de música e comportamento, mas também pela revolução estética que imprimiu à televisão brasileira.
E hoje, o que ela tem a nos oferecer, além do Rafa, que atualmente nos encanta com sua banda e com as suas novas descobertas musicais divulgadas na internet (Pasmen!)?
O compêndio do que a MTV Brasil representa, traduz e estimula nessa terrível geração pode ser visto em sua premiação anual intitulada VMB. Eu estava em casa sem nada para fazer (caso contrário não estaria traumatizado e furioso e nem tamborilando os meus dedos avidamente nas teclas deste computador igualmente temperamental) quando no meio do caminho do zap zap tão elementar na nossa sociedade do espetáculo que não passa nenhum espetáculo digno de nota (alta) me deparei com a abertura (por que não o fim?) do tão propalado evento que, depois de tortuosas três horas em que me segurei à cama superando todas as minhas capacidades físicas e psíquicas mantendo os meus olhos na direção da caixa de fazer ineptos produzida por in(s)eptos com sorte, acabou despertando no cerne do meu ser imberbe (é, ainda imberbe) a lembrança mais traumática que essa vida sem riscos foi capaz engendrar: o período em que as espinhas se transformaram no meu rosto, tendo como único consolo o fato de não necessitar de uma - máscara (porque já desenvolvera naturalmente o infortúnio facial) para arrasar, embora não no baile de máscaras (porque nesse seria peremptoriamente excomungado), mas sim na festa do Halloween. Ver o capeta ao dar uma simples olhadela no espelho não fez de mim (moi) alguém agradecido pelo surgimento do peeling e do Roacutan. Andar com rosto amarelo em lugares públicos, tal como enfermos com hepatite e TarsosdeCastros com avarias irreversíveis no fígado, fez brotar na minha testa a intermitente insígnia “No Future!”, que voltou à tona, inesperadamente, logo depois que o Bonde do Rolê arremessou por todos os dar(LA)dos a sua performance sorvete na testa tão engraçada quanto o infeliz que se acha engraçado por colocar a música do He-Man, executada pelo Trem da Alegria, em alguma festa propícia a receber idiotas dessa estirpe.
A MTV Brasil conclama você, garoto e garota, ou garoto que acha que é garota, ou garota que acha que é garoto que gosta de garota e de garoto com outra garota pra fazer um ménage à trois, de 12, 13, 14, 15 anos de idade e sem restrições ao acesso às constantes (“só de piscar já envelheceu;” “olhou pro lado, manda pru lixo”) novas ondas tecnológicas, a participar do falso bacanal, do falso desbunde (desbunde: termo muito usado nos anos 70 para classificar o homo sapiens que gosta de chocar a situação careta que faz careta ao observar a careta do insurgente que não gosta de “caretas”. Ex: Fernando Gabeira andando pelas praias cariocas com uma sunga sugada pelo rabo e envolvido pela dúbia e geométrica bandeira verde e amarela), do falso resgate da liberdade sexual, da falsa adoração falsamente extravasada por meio do falso derramamento de falsas lágrimas de propriedade de falsos fãs de falsas bandas com falsas mensagens com falsos instrumentos que peidam falsas canções; dos falsos apresentadores que contam falsas piadas que provocam falsas risadas, dos falsos agradecimentos pelo recebimento de falsos troféus entregues por falsas mãos; das falsas atrações internacionais que falsamente tocam ao vivo falsas encenações para uma falsa platéia que vaia falsamente a falsa banda que é um falso hype; dos falsos anões que disseminam falsas danças em falsos quadrados em falsos blogs com falsos Kibes e falsa Loucura em meio a falsas mulheres com falsos seios que desprendem falsos aromas de falsas frutas minuciosamente alteradas por tóxicos cirurgiões pagos pelas falsas chupetinhas das falsas mesmas; dos falsos tapetes vermelhos repletos de falsos entrevistadores com falsos microfones revestidos por falsas espumas com falsas opiniões sobre estrelas mort... falsas; das verdadeiras constatações da falsidade de falsos artistas de uma falsa nação que tem mais falsa popularidade em uma outra falsa terra em um outro falso continente que com uma falsa releitura de uma falsa madame com falsos modos falsamente anárquicos que falsamente parece um Tony Tornado em extrema/verdadeira baranguês ao lado de um falso Jaime Balilo verdadeiramente boiola; dos verdadeiros Adnet’s e verdadeiros Kiabos e verdadeiros Hermes e verdadeiros Renatos e verdadeiros Boças e verdadeiros Massacrations e verdadeiros Gils Brothers verdadeiramente espremidos por falsos Mions, por falsos Mionzinhos, por falsos tios com nome de lobo que usam o ~ no próprio falso nome para dar ao seu falso verdadeiro execrável aspecto mais falsa credibilidade para as falsas gerações que acreditam nos seus falsos gestos de asserção.
Portanto, estejam falsamente convidados a aderir a um falso estilo de vida promovido e concebido por falsas mentes que o deixam falsamente à vontade para com falsa liberdade considerá-los como (falsos) amigos!
QVAALV (Quando você acha que acabou, lá vem!) : Todos elogiam a festa pós VMB, sobretudo as pessoas que nunca foram.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
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5 comentários:
muito bom!
adicionei seu link no meu blog, tdo bem?
Tudo bem!
muitooo bom!!!
to sempre dando uma olhada
no blog!
Pq o povo fala da música da Mallu qd se pode comentar a coçadinha balançadinha mexidinha sei lah que ela dah na franja (tipo a que o Fábio Jr. e o Roberto Carlos dão na nuca)?
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