segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Pesadelo em Limeira - o dia em que a esperança morreu logo na chegada - Parte 2

“O amor é Lindo
O amor é Foda
Todos amores lindos acabam em foda
A metade do amor fodendo a outra metade.”

Trecho do livro Cartinhas Perfumadas: bosta, esperma, pus, urina esverdeada e muito gloss, de autoria de Arno Palumbo, editora Gostosa mas sacal.

Eu faço parte desta história. Mas não sou o protagonista. Sou um mero coadjuvante divertido. O homem que descontrai as situações embaraçosas embaraçadas no nó da garganta dos envolvidos. Não sou afeito a descrições. Elas fazem com que a imaginação morra. Contudo, neste caso, a imaginação terá que morrer em sacrifício aos fatos irrevogáveis das péssimas notícias.
Estamos em 2004 e nós não estamos em 2004. Quem é 2004? Onde fica 2004? O que nos dará 2004? Mulheres? Mulheres? Mulheres? Dinheiro... e mulheres? Dinheiro atrai mulheres? Porque em 2004 eu necessito de mulheres. Eu estou desesperado em 2004. Eu leio em 2004 e os livros que leio estão repletos de sexo. Onde está o sexo em quem me lê em 2004? 2004 vem com sexo embutido? “Senhor, perdoe-me, mas por falta de utilidade, teremos que transformar o seu pau em pingente.” “Senhor, perdoe-me, mas por falta de iniciativa própria, precisamos do seu pau para salvar o unicórnio.” “Senhor, perdoe-me, necessito do seu empoeirado pau para implantá-lo sob a minha axila esquerda para transformá-lo na minha nova obra de arte.” Eu aprendi palavras novas em 2004: curro, felação, intercurso, sodomia e onanismo. Eu quero amor em 2004. Eu sempre quis o amor em 2004. Eu quero o meu amor de quatro em 2004. Eu sempre quis o amor em 2005. Em 2015. Em 94. Em 98. Em 1967. Em 1830. Em 2000, ele surgiu e desapareceu como uma prostituta amadora assassinada com vida. Onírico, idílico, matrimônio, passional e Provence. Em 2004, eu batia punheta desde 2004 anos antes de 2004. Eu colecionava punhetas. Punhetas holandesas. Punhetas suecas. Punhetas africanas. Punhetas orientais. Punhetas abastadas. Punhetas pobres. Punhetas submissas. Punhetas temperamentais. Punhetas poetisas. Punhetas analfabetas. Punhetas cheirosas. Punhetas famosas. Punhetas imaginárias. Punhetas criativas. Punhetas vespertinas. Punhetas notívagas. Punhetas matutinas. Punhetas onipresentes. Se houvesse uma Copa do Mundo de punheta em 2004, eu não seria convidado, seria considerado Hour Concour. Se houvesse uma Copa do Mundo de punheta, ela teria que ser disputada todos os dias. Se os superatletas têm o Iron Man, os punheteiros teriam Gold “Hand” Man. Ou Big Mustache On the Man’s Hand. Ou Fuck You, Gillete, My Hand Is Ok. Ou Jungle Hand. Ou ZZ Top Hand. Ou Rick Rubin Hand. Eu compunha um trio em 2004. Um ménage à trois composto só por homens. Um ménage à trois sem sexo. Um ménage à trois de papos futebolísticos. Um ménage à trois corintiano. Um ménage à trois de filosofia de bar. Um ménage à trois sem vontade de tomar banho. Sem vontade de pentear o cabelo. À vontade em deitar na rua tal qual um mendigo de classe média. À vontade de dizer com vontade a vontade de satisfazer a vontade e ofender quem satisfaz a própria vontade. Eu, Telmo e Nestor. Esta história é sobre Nestor.

C O~~~O R

(Esta é uma obrinha de ficção. Bem pequenininha. Em importância e em magnitude artística. Desde já atesto que pouquíssimas pessoas, muito poucas pessoas meeeessssmo, lerão o que está escrito aqui. Se alguém se sentir retratado nesta história, retratado de modo injusto, está se levando demais a sério. Obrigado.)

Percebo agora, enquanto me distraio escrevendo esta merda, que 2004 talvez tenha sido o ano mais intenso da minha vida. No entanto, a minha intensidade nada tem a ver com a intensidade de uma jovem socialite siliconada solta e sem calcinha pelas ruas de Los Angeles. Na minha intensidade, não acontece quase nada. Mas só esse “quase” já significa muito pra mim.
Esta história que irei contar agora não tem relação direta com a história principal, a triste história do Nestor. Esta história que irei contar agora, no entanto, também ocorreu em 2004. E, para minha surpresa, só agora me dei conta que ela aconteceu no mesmo dia em que começou a derrocada Nestoriana. Foi num domingo de junho. Enquanto a derrocada Nestoriana deve ter começado às 19:30, a história que irei contar agora começou um pouco depois das cinco horas da manhã e acabou lá pelas sete da manhã. Ela começou no sábado, em Santos, se estendeu numa balada, o sábado virou domingo, o domingo amanheceu, deu uma parada no Fran’s Café, voltou para o Guarujá e não conseguiu dormir. Eu tinha a história comigo. Eu tenho a história comigo. EU comecei no sábado. EU comecei no sábado em Santos. EU me estendi na balada. EU percebi que o sábado estava se transformando em domingo. EU vi o domingo amanhecer. EU dei uma parada no Fran’s Café. EU inclusive desabei estranhamente da cadeira do Fran’s Café. EU voltei ao Guarujá. EU não consegui dormir. Eu tinha que ser o primeiro a contar a história. Eu vi tudo. Qualquer um poderia ter visto, mas eu fui o escolhido. EU. A imagem não saía da minha cabeça. O dia foi longo. Cansativo. Mas eu não estava cansando. Eu precisava de um megafone e de um palanque. Eu vi tudo. Tudo. Em câmera lenta. Olha só, agora a imagem está passando pela minha cabeça, ela é minha, só minha. Eu fiquei deitado de olhos bem abertos. Com a cabeça apoiada sobre os meus braços cruzados e um sorriso canalha rasgando o meu rosto. Um sorriso maquiavélico e um esfregar de mãos. Eu vi. Eu vi tudo. Eu tinha que contar a história primeiro. Eu vi tudo. Eu fui o escolhido num ângulo privilegiado. No lugar certo, na hora certa, a pessoa certa fez tudo errado bem na frente da pessoa errada. Bem na minha frente. Eu esperei dar 10:00 para pular da cama. Para pular o café-da-manhã. Para atravessar o portão da frente. Para correr até a casa de quem? Hein? De quem? Adivinha? Do Nestor. O Nestor foi o primeiro cara a ouvir a história. Esta história. A minha história. Viu? O primeiro cara a ouvir a minha história que aconteceu no mesmo dia em que começou a sua triste história.
Eu: Tu não sabe.
Nestor: O quê?
Eu: Cara, é muito foda.
Nestor: O que foi, caralho?
Eu: O Rick...
Nestor: O que aconteceu com ele?
Eu: Cara, o Rick...
Nestor: Fala logo, porra!
Eu: O Rick ficou... nossa, é demais até pra mim.
Nestor: Ficou o quê, cacete?
Eu: Cara... acho que não vou conseguir contar.
Nestor: Não, não, agora conta, agora tu vai contar, fala logo, porra, tu que começou com essa merda, agora conta.
Eu: A imagem não sai da minha cabeça, tá ligado? Ela fica, cara, martelando, saca? Eu não consigo acreditar... Falow, vou pra casa tomar um banho, to sujão...
Nestor: Vai se fudê, porra, tu não vai sair daqui nem fudendo enquanto não me contar o que aconteceu...
Eu: Tá bom, tá bom.
Nestor: Que tá olhando pra mim? Conta, caralho!
Eu: Vamos lá. Um, dois, três. O Rick... o Rick ficou... o Rick ficou... o Rick ficou... levão.
Nestor: O Rick? É mentira, é mentira dele, ele é mó mentiroso com essas parada...
Eu: Eu vi.
Nestor: Tu viu? Sério?
Eu: Foi foda.
Nestor: Não acredito...
Eu: Foi selvagem...
Nestor: Sério? Meu Deusss...
Eu: Língua pra tudo que é lado...
Nestor: Até ele...
Eu: No meio da pista...
Nestor: Puta merda...
Eu: Com uma coroa...
Nestor: Tá brincando?
Eu: Loira...
Nestor: Caralho...
Eu: Olho azul...
Nestor: Tamo fudido...
Eu: CRISTINA!
Nestor: Minha Nossa Senhora... Peraí, o quê?
Eu: CRISTINA!
Nestor: A Cris... Tá louco?
Eu: CRISTINA!
Nestor: Não, não, não...
Eu: CRISTINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
Nestor: NÃAAAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOOOOOO!
Eu:CRISTINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
Nestor:NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
Eu:CRISTINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Nestor:NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
Eu:CRISTINAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
Nestor:NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
Lembrem-se: esta história que estou contando não aconteceu. É tudo mentira. São delírios que invadem o meu cérebro de vez em quando. As pessoas não existem. O Nestor existe. O Telmo existe. O Rocambole existe. O Saulo existe. O Falcãozinho existe. O cagueta do irmão dele existe. O Cabeça Grávida de Trigêmeos existe. Mas quem é Rick? Quem é Cristina? Ou melhor, quem é Cris? Ou muito melhor, quem é Ce? Eu os inventei. Eles são fruto da minha falta do que fazer. Dito isso, tá tudo certo? Posso continuar? Vamo embora.
Algumas coisas que você precisa saber sobre Rick:
- Rick é um cara de porte físico... menor.
- Ele é baixinho.
- Ele é fofinho.
- Dá para pegá-lo sob as axilas e colocá-lo sentadinho em qualquer muretinha ordinária.
- Rick diz que bebe muito, mas todo mundo está cansado de saber que dar um copo cheio de cerveja a Rick é ceder novas fronteiras ao mosquito da dengue.
- Não queira ver Rick mergulhando o corpo em qualquer superfície aquática e depois emergindo com aquela careta linda.
- Sempre desconfie quando Rick disser: “eu preciso ir para o centro de Santos para pagar umas contas para o meu pai”.
- Não chame Rick para fazer parte do seu time de futebol.
- A última vez que ele jogou futebol ele conseguiu marcar dois gols contra num intervalo de dois minutos entre um gol e outro em uma partida de dois gols ou dez minutos.
- Se Rick lhe oferecer uma carona, não aceite, ele não sabe o que faz dirigindo aquela porra da Wolksvagen sem amortecedor.
Rick e os seus múltiplos sotaques:
- Quando Rick nos concede a honra de estar aqui, no Guarujá, ele mescla o caiçara com o paraibano, praticamente (praticamente? Não me inclua nesta categoria) a língua oficial do Guarujá: o Caiçaribano.
- Quando está em Santos, ele é carioca, e ele não é Rick, lá ele tem outro nome, outros apelidos, outros gostos (exemplo: Marroon 5), ele tem outra história, outros amigos, nem tente cumprimentá-lo em Santos porque lá ele não se permite te cumprimentar.
- Quando está em São Paulo, Rick é caipira, mas tem lapsos de carioca. A porrrrrrta pode ser “porrrrta, porrra!”, “porrrrta, vagabuuuunda”, “porrrrrta, méeeeerrrrrda”.
- Quando tem mulher por perto, ele não é só carioca, também é marrento. Ele fala como se tivesse lombrado no Posto 9 em Ipanema enquanto tira a camiseta e alisa o corpo como se tivesse um corpo digno de ser alisado no Posto 9 em Ipanema.
- Se Rick tirar a camiseta na sua frente, você verá que ele tem uma pançinha.
- Se Hollywood tem Rick Moranis, Cabeça Grávida de Trigêmeos: “Nós temos o Rick Pançanis”.
- Rick já foi de blazer quadriculado da Adidas ao Pastel do Trevo.
- Rick já tomou um soco no gogó do Telmo.
- Rick sofria bullying da molecadinha da terceira série do Almeida Júnior.
- Rick estava na sétima série.
- Rick quase morreu quando xingou de filho da puta um colega nosso cearense de 42 anos com 1,90 de altura e 180 quilos de largura por causa de um jogo de poker que valia uma coca-cola de dois litros.
- Presumo que ele quase tenha morrido por conta da tardia descoberta do ofício desse misterioso colega.
- Ele era matador de aluguel. Fora isso, era um cara legal, pagava tudo.
Rick e as baladas:
- O comportamento de Rick nas baladas é um caso que merece ser analisado pelo Dr. Cal Lightman, da série Lie To Me.
- Acompanhar Rick na balada é quase a mesma coisa que ir sozinho.
- O diferencial é que no final da balada ele não aparece como Rick, mas como a mais diabólica de suas múltiplas personalidades: Pinóquinho.
-Ele some no começo da balada para reaparecer no final e dizer: “Caralho, bróder, peguei uma loirinha...”
- Ele some no começo da balada para reaparecer no final e dizer: “Compadre, o dia já raiou e o meu galo cantou numa morena puro-sangue...”
- Ele some no começo da balada para reaparecer no final e dizer: “Vixi Maria, neguinho, aquela baianinha num queria me deixar ir embora”.
- A baianinha ficou conhecida como a Baianinha Virtual.
- A moreninha ficou conhecida como Se Engana que A Gente Finge que Acredita.
- A loirinha ficou conhecida como a Ilustríssima Mentira.
- Quando o Pinóquinho entra em cena ele sempre está acompanhado por outra de suas ardilosas múltiplas personalidades: Pequenino David Blaine.
- Tudo o que o Pinóquinho faz ninguém vê.
- Quando o Pinóquinho faz alguma coisa e alguém vê, O Pequenino David Blaine não deu as caras. Quando o Pinóquinho faz alguma coisa e alguém vê, ele não é mais o Pinóquinho, mas a realidade nua e crua e nada glamorosa de Rick.
- A Síndrome de Pinóquio é uma praga difundidíssima na sociedade masculina da Baixada Santista dos 15 aos 37 anos de idade.
- Quando um amigo seu chega pra você... Vos apresento Negão!
- Negão era um cara que sempre criticou a minha pregressa conduta de jovem infeliz romântico.
- Negão dizia “vamos sair, cara, para de ficar se lamentando pelos cantos, o amor não existe, as mulheres são ‘todas’ vadias, eu vou ficar noivo, mas eu tenho cinco amantes, fora as perdidas que eu pego nas baladas, eu tenho uísque guardado na Lucky Scope, eu sei falar o que elas querem ouvir...”
- Negão disse uma vez para uma crente do cu quente sem o dente da frente: “Eu, você e a Lua”.
- Negão é formado em psicologia.
- Quando fraturei o meu tornozelo seriamente, Negão dizia “não vai andar mais, cara, tá fudido, vai ficar manco pelo resto da vida”.
- A irmã de Negão se jogou do terceiro andar do prédio e quebrou os dois tornozelos.
- A irmã do Negão hoje é mãe e dança pagode todo sábado.
- Quando, em um passado não muito distante, eu fiquei gordinho, Negão dizia “caralho, tu tá gordo pra caralho, parece um porco”.
- Quando voltei a ficar magro, Negão dizia “parece um aidético, parece um viciado, parece que tá morrendo”.
- Quando comecei a escrever, e mostrei um texto a ele, Negão disse “falta um ponto e vírgula aqui”.
- Negão enviava a seguinte saudação ao seu clubinho do Orkut: “Um abraço, do Négo”.
- Negão enviava a seguinte saudação à sua patota do Orkut: “Manus e minas um abraço, do Negó”.
- Negão é negão e possui umas tetinhas de punheteiro super sexy.
- Negão usava o corte de cabelo super sexy do Spike Lee no filme Faça a Coisa Certa.

- Negão só andava de Nike e era fã das músicas do Will Smith.
- Negão sumiu com o meu cd importado do The Roots.
- Negão sumiu com o meu cd importado do Mos Def and Talib Kweli.
- Negão sumiu com o meu cd importado The Colour and The Shape, do Foo Figthers.
- Depois disso, quando o Negão me pedia um cd emprestado, eu dizia “não é meu, o Telmo me emprestou, é de um amigo dele de São Bernardo do Campo”.
- Negão foi PM e ele disse pra mim que “quando tem um tiroteio, eu me escondo, tu acha que vou trocar tiro com bandido ganhando um conte e meio?”.
- Negão compunha músicas Low Low Low Low Low-Fi, muuuuuito Low Low Low Low Low-Fi, uma mistura de Sid Vicious Afro com letras à la Amado Batista em sua fase mais escrota.
- Ainda me lembro do refrão de uma delas.
- “Você se foi e não voltou... pra mim.”
- O refrão dessa música foi motivado por uma mina que o obrigou a amarrar uma corda em volta do cano do chuveiro.
- A corda arrebentou e ele acabou não morrendo.
- Quando me recuperei da minha depressão romântica, eu chamei várias vezes o Negão para ir à balada comigo para nós arrocharmos as gatas.
- Negão nunca me convidou.
- Certa vez, eu o encontrei no Avelinos.
- Ele me cumprimentou rápido e disse que ia atrás de uma mina que estava esperando por ele ao lado do balcão em frente ao banheiro na esquina do hall de entrada dentro de uma caverna muito escura atrás de uma passagem secreta de uma biblioteca vastíssima de terror psicológico no subsolo além das tubulações de esgoto sob o firmamento um pouquinho pra lá da Oceania à esquerda de Bancock...
- Toda vez que me deparava com o Negão na balada, ele vinha com uma desculpa para fugir de mim (e reconheço que esta frase ficou bem gay).
- Em todos os momentos em que vi o Negão na balada em nenhum deles ele estava com uma mina.
- Prazer, Síndrome de Pinóquio.
- “Prazer, o meu nome é Negão e sou mais uma vítima da Síndrome de Pinóquio.”
- Prazer, o meu nome é Negão e eu não sou mais uma ferramenta de ficção explorada pelo Leonardo.”
- “Eu existo!”
- Cabeça Grávida de Trigêmeos, Nestor, Telmo e Dorinha (outro personagem que realmente existe. Ele não é mulher, é homem, chame-o de mulher que ele arranca a sua cabeça com uma Magnum imaginária que ele guarda no porta-luvas do carro) viram a realidade nua e crua e azeda de Rick na balada.
Algum dia do segundo semestre de 2005:
- Eu, Rick, Dorinha, Cabeça Grávida de Trigêmeos, Nestor e Telmo fomos para a balada.
- Ao entrar na balada, Rick sumiu.
- Ao entrar na balada, eu vomitei.
- No pé de uma mina.
- Ela disse que nunca mais falaria comigo.
- Eu nunca tinha visto ela na minha vida.
- Nem mais gorda nem mais magra.
- Só daquele jeito: gorda, com uma maquiagem de boneca russa e com uma gosma parecida a suco de beterraba no peito do pé.
- Dorinha, Cabeça Grávida de Trigêmeos, Nestor e Telmo foram caçar.
- Borboletas, certamente.
- De preferência, no limiar entre o exibicionismo irresponsável e o coma alcoólico.
- Eu fiquei encolhido até o fim da balada no banquinho a céu aberto.
- Eles viram Pinóquinho em ação.
- Se eles viram, não era Pinóquinho.
- Pinóquinho sem a contribuição do Pequenino David Blaine é um reles cidadão capaz de cagar no mictório da balada na frente de todo mundo e contar pra todo mundo que quem fez isso é muito louco.
- Telmo: “Ele estava com dificuldades”.
- Dorinha: “A mina não queria ficar com ele de jeito nenhum”.
- Cabeça Grávida de Trigêmeos: “Ela só ficou com ele porque eu enchi bastante o saco dela”.
- Nestor: “Ela era... COMPACTA”.
- Telmo, Dorinha e Cabeça Grávida de Trigêmeos em uníssono: “Hahahahaha, pode crer, ela era bemmmmm COMPACTA”.

(COMPACTA)

(COMPACTA)

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(COMPACTA)

(COMPACTA)

(COMPACTA)
(Se um dia você estiver andando com o Rick pelo centro do Guarujá na temporada de verão, ou em alguma balada poser, tipo Phoenix, tipo Target, Tipo Yellow, tipo Café Del Mare, nada tipo Colômbia (Pá Pum), nada tipo Porto da Vila, nada tipo La Piazzeta no sábado, nada tipo Festa de Aniversário do DJ Cabral, nada tipo Boliche do centro (até porque faliu), nada tipo Pão de Açúcar do centro depois das duas da manhã, nada tipo Praça dos Vodus após a meia-noite, nada tipo Baile do Havaí da Sociedade Esportiva Itapema, e ele apontar para uma mina, uma mina de uns 24 anos, talvez mais nova, talvez aparentando ser mais nova, de altura mediana, ou seja, um gigante perto do Rick, com cabelos castanhos claros que chegam quase até o cofrinho, cofrinho muito bonitinho, por sinal, rosto bonito, cheio de sardinhas, olhos castanhos, às vezes quase verdes, porte de menina rica, bem cuidada, Universitas, Barra Funda, um apartamento por andar a meia quadra da praia, atualmente em Moema, quem sabe Alameda Santos, Frei Caneca, Campinas, viajada, Nova Iorque, Barcelona, um mês no Canadá aos 17 anos, Disney quando era criança, cidadania espanhola, ou cidadania italiana, ou cidadania portuguesa, fisioterapeuta, nutricionista, psicóloga, veterinária, jeans da Guaraná Brasil, bronzeado sutil, moletom da Epcot Center, um golden retriever chamado Romeu, corpinho bacana, saudável, todas as partes em seus devidos lugares, nada sobrando, nada escapando, tudo durinho, sorriso branco, cativante, atrativo, tratado por dentistas jovens com técnicas inovadoras, ex-namorados que jogam futebol americano na praia, que jogam rugby na faculdade, que jogam frescobol à beira mar, que usam Lacoste com a gola levantada, que usam Diesel com os bolsos traseiros fashionnamente rasgados, que calçam New Balance 1500, que escutam Tiesto no carro, que fumam Malboro vermelho, que jogam truco com charuto cubano e uísque Jameson numa casa de praia em Maresias, que cantam todas as músicas no Coração Sertanejo, que tomam bala, cheiram cocaína, tomam bomba e estupram travestis, e o Rick disser a você, meio na entoca e meio ansioso, que já pegou, “já peguei duas vezes”, uma delas dentro do banheiro da casa do Saulo, é verdade, é a mais pura verdade, e ele parará por aí, deixará essa afirmação suspensa no ar à espera do elogio, do seu elogio, e você irá elogiar, irá se admirar, “parabéns, pegou bem, caramba!”, e ele ficará em silêncio, saboreando o triunfo, omitindo que naquela época ela não era desse jeito, linda, perfumada, tamanho 35, que ela parecia na verdade uma munição de canhão, a tríade repugnante de gordinha-espinhas-aparelho fixo com borrachinha colorida, que ela não era chamada de Carlinha, mas de Carlão, tinha 12, 13 anos, ele tinha 13, 14 anos, e ele a pegou pela primeira vez na quadra do Adélia no baile pós-Festa das Nações, e dizem que ela até o carregou no colo, segurando-o sob as nádegas, e a segunda vez ele a pegou no banheiro da casa do Saulo, escondido de todo mundo, porque a molecada tirava sarro dele, então ele tinha que se esconder para pegá-la, para a molecada não ficar zuando, porque a molecada zuava, “tá pegando a gordinha, hein?”, “meu Deus, vai memo maluco”, “mó dragão!”, e o Carlão era completamente apaixonada por ele, sujeitando-se a ficar agarrando um menino espremida num lavabo exíguo recendendo a merda em conserva só porque ele tinha vergonha dela, vergonha de gostar dela, de abraçar ela, de beijar ela, de ser levantado por ela, e depois de tanta zuera, de tanta pegação no pé, de tanto chupão no pescoço, um dia ele a esnobou, disse que não queria mais, que estava em outra, “não viaja, mina, sai fora!”, e ela saiu chorando, se trancou no quarto para escutar o Blink 182 que ele gostava, para escutar o Pennywise que ele curtia, para se afundar em Cailin, do Unwritten Law (#And hey little girl Look what you do… Oh, I love you… Hey little girl, I love you #), a única música que ela gostava de verdade, e ficar lembrando de todos os momentos nada singelos com ele enquanto se engasgava com lágrimas, catarro, Coca-Cola sem gás e quindim tamanho família, e os anos se passaram como peidos discretos soltados no ar como serpentinas renegadas e úmidas com o prazo de validade expirado, e o Carlão cresceu e emagreceu, e o aparelho fixo com borrachinhas coloridas sumiu, e os peitinhos cansaram de ficar esparramados e se ergueram questionadores, pedindo mais atenção, desde que fosse velada, no limite do suspiro interno, do decoro, do bom gosto, como um saúde discreto após um estrondoso espirro na seção de frutas e verduras do supermercado, que naturalmente veio de todos os lados pálidos de carisma agraciados pela sua presença rosada, pelo seu desfile cheio de vitalidade e confiança, de auge da espécie, Conde de Monte Cristo, Carrie, A Estranha, Uma Thurman em Kill Bill, Carlinha de Salto Alto Agulha Sobre Os Peitos de Pombo de Rick, por ironia, nós estávamos juntos quando vimos a versão século XXI de Carlinha, por ironia, também era numa Festa das Nações (nós não tínhamos outra coisa pra fazer? outro lugar para ir?), e eu falei, “Olha lá, Rick, a mina que tu pegava, a mina que tu esnobou”, e ele disse, alisando o queixo, ou a pançanis, “Huuuumm, ficou gatinha, né? Oxiiii, que pedaçinho bom, sô”, o Conde de Monte Cristo apareceu todo estiloso na festa do seu traidor, Carrie explodiu a cabeça de todos os filhos da puta que fuderam com ela, Uma Thurman atravessou literalmente todas as pessoas que tentaram matá-la, a vingança de Carlinha foi trifásica, embora as três fases tenham sido exatamente iguais, “Ai, eu não mereço isso, um isopor cheio de cerveja, um coqueiro, o mar do pacífico e uma garota de programa arrasa quarteirão como companhia”, “O meu gatinho tem carro importado e vem me buscar em casa”, “Campos de Jordão, friozinho, gente bonita, fondue, vinhozinho e Cláudio Zoli fazendo um som, o que posso querer mais de um inverno?”, “Vingança é da hora!”, Vingança não é um pratinho de alumínio que se come frio, é um prato de plástico com talheres de plástico cheio de carvão quente, que se come sozinho, no escuro, num ambiente pós-apocalíptico, na companhia do Cláudio Zoli tocando sem parar aquela música “tocando um B.B. King sem parar”, e Carlinha foi brutal, sem precisar de um duelo de espadas e nem tirar sangue de ninguém, sem precisar de impropérios com excesso de saliva e nem de verborragia gratuita, é claro que o Rick foi atrás dela, ele achou que tava na mão, e é claro que o Pequenino David Blaine não daria o ar de sua graça, eu estava lá, o Mediano Nelson Rubens, o Nêmesis do Rick, o Caco Barcellos do Rick, O Gay Talese do Rick, o Truman Capote heterossexual do Rick, o Donnie Brasco do Rick, o Ray Liotta do Robert de Niro em Os Bons Companheiros, a testemunha protegida pelo Programa de Proteção a Testemunhas, o paparazzi que matou a Lady Di: “E aí, Carlinha, tudo bom?”, “Tudo (ainda pergunta? Olha pra mim!) e você? (Olha pra você!)”, “eu to legal”, “Legal... (Tem certeza que tá legal? De novo, olha pra mim! Agora olha pra você! Eu to adorando isso)”, “Você mudou bastante desde a última vez que te vi (caralho, tá com uns peitinho da hora, mina, tá magrinha, vo te pega de jeito, é hoje que vo fica levão e deixá o Leonardo visitando barraca sozinho e comendo comida salvadorenha e assistindo a dança típica da Bósnia)”, “Pois é... (Olha pra mim! Olha pra você! Olha pra mim! Olha pra você! Agora olha pra mim... Já! Agora... Olha pra você... Já)”, “Então, Carlinha, vamo saí dessa muvuca, vamo toma uma cervejinha ali... na barraca da Alemanha?”, “Nem to a fim”, “Pô, Carlinha...”, levantando a camiseta e alisando a pançanis, “Vamo ali no cantinho, vai, quero conversar contigo, dizer umas paradas pra você...”, “NÃO!”, Fim da Primeira Fase, 20 minutos depois... “E aí, Carlinha, no futebol dizem que a bola sempre procura o craque, e no amor dizem que a metade da alma gêmea sempre procura a outra metade”, “E? (De quem é essa frase? Do Chorão?)”, “Não entendeu? Tipo, no futebol...”, “Entendi, mas o que você quer dizer com isso? (Patético...)”, “Pô, Carlinha, fica comigo, vai?”, “NÃO!”, Fim da Segunda Fase, uma hora e meia depois, nove esfihas frias e borrachudas depois, dez Kaiser depois, cinco cervejas de trigo depois, doze arrotos depois, nove peidos depois, sete mijadas depois, três tequilas depois, quatro pedaços de pizza borrachuda, fria e brotinho depois, cinco Glacial depois, um tango depois, um Cancan depois, um Hula Hula depois, uma dança do ventre dos Vigilantes do Peso depois, um sapateado irlandês depois, uma dança de rua depois, uma tarantela depois, uma dança aborígene depois, um aperto de mão do Rodolfo depois, um aperto de mão do Daivilin Orelhudo depois, um aperto de mão do Roger depois, um aperto de mão do Nego Alan depois, um aperto de mão do Nego Alan depois, um aperto de mão do Nego Alan depois, um aperto de mão do Nego Alan depois, um aperto de mão do Nego Alan depois, um aperto de mão com a minha mão toda mijada para o Fábio Mancha depois, um aperto de mão do Nego Alan depois... “Pô, Carlinha, fica comigo, porra, foi mal, eu zuei contigo, eu sei, eu sou um idiota, eu sei, mas eu to ligado que você me amava, isso não pode ter acabado por inteiro, vamo ficá junto, vai, só hoje, só um beijinho, ali ó, atrás da barraca da... Palestina, não tem ninguém lá, vamo, vai, relembrar tudo que aconteceu, a quadra do Adélia com aquele parede de pedrinha aconchegante, o banheirinho do Saulo, todo mundo te chamando de gorda, de canhão, de cara de brotoeja, eu dizendo pra você sair fora, hein, vai, vamo?”, “NÃO!”, Fim da Terceira Fase.)]

Agora, enfim, vamos ao caso Cristina.

(Continua na próxima segunda-feira.)











































Um comentário:

Ana Paula disse...

Isso tem que virar livro, muito bom!...